Branding

 

BRANDING

Uma marca é um conjunto de expectativas, memórias, histórias e relacionamentos que, juntos, são responsáveis por fazer o consumidor escolher um produto ou serviço em vez de outro.”

                                                                                                          Seth Godin



O que é branding?

Um conjunto de ações ligadas aos valores e propósitos de uma marca.

O branding serve para criar uma identidade da sua marca, trazendo suas características para a mente do seu cliente, como seu logo, suas cores, os jingles e até mesmo seus próprios valores, de forma consciente e inconsciente.

O branding é responsável por despertar lembranças e sensações positivas, que o consumidor teve quanto experimentou seu produto/serviço.

O branding quando bem implementado pode mudar inclusive a percepção de valor do seu cliente, fazendo com que ele se identifique com sua marca, isso permitirá que a empresa venda mais e pratique preços maiores trazendo mais lucratividade para seu produto/serviço .

É importante também se preocupar com a identidade de sua marca, além de consolidar uma imagem positiva e bem estruturada para aquilo que se está vendendo, deve-se agregar valores intangíveis ao seu produto/serviço, o que fará com que seu cliente se identifique e até defenda e vire um incentivador da sua marca.

 

Agora que você já sabe qual o conceito de branding, fica com a gente que vamos abordar como duas grandes empresas brasileiras Casas Bahia e Magazine Luiza, vem trabalhando suas respectivas marcas ao longo dos anos.

 

Casas Bahia: Como tudo começou e qual era o propósito da marca.

A minha felicidade é um crediário das Casas Bahia”

A Casas Bahia é talvez a Rede Varejista mais popular do Brasil. Tendo sido citada em uma das músicas dos populares Mamonas Assassina, se fez presente no imaginário de muitos brasileiros ao redor do país.

Desde seu início, focada nos consumidores das classes C e D, a empresa tinha propostas bem claras de como se relacionar com seus clientes. O nome já apresentava indícios dessas propostas. Inicialmente “Casa Bahia” (no singular) quando ainda era uma única loja, localizada em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, o nome homenageava os clientes, que em sua maioria eram retirantes nordestinos (muitos deles baianos) que vieram para São Paulo atrás de oportunidades de emprego.

Concedendo crédito a consumidores que, muitas vezes eram vistos como “mal pagadores”, a empresa adotava uma filosofia de confiança para com essas pessoas. Nas palavras de Samuel Klein, fundador da empresa: “A riqueza do pobre é o nome. O crédito é uma ciência humana, não exata. Não importa se o cliente é um faxineiro ou um pedreiro, se ele for bom pagador, a Casas Bahia dará crédito para que ele resgate a cidadania e realize seus sonhos.”.

Os famosos crediários das Casas Bahia ainda são uma marca de forte associação. De certa forma, a marca virou sinônimo de pagamento a prazo.

Quando criado, a mascote “Bahianinho” surgiu usando chapéu de pernambucano e bombachas gaúchas, e vinha com o objetivo de representar a integração do Brasil nas Casas Bahia. Junto dele, veio o slogan que logo viraria também jingle: “dedicação total a você”.

As propagandas das Casas Bahia sempre tiveram mais caráter de venda do que institucional. As campanhas eram focadas no custo benefício que a empresa oferecia e nas facilidades de pagamento disponibilizadas pela rede varejista.

Inclusive a empresa já enfrentou situações delicadas devido a certa “agressividade” em algumas dessas campanhas, como o famoso episódio onde, numa campanha o ator fazia a icônica pergunta: “quer pagar quando, e quanto?”. O comercial ficou apenas uma semana no ar, mas ainda assim causou problemas para empresa, com consumidores indo às lojas e dizendo querer pagar R$1,00 em produtos que valiam muito mais.

Mas e aí, como é que a Casas Bahia está se comportando no mercado atual?

Antigamente, o foco da empresa era no público de baixa renda, que buscava por preço e melhores condições de pagamento. Atualmente este cenário está sofrendo mudanças, pois além do público de baixa renda, a estratégia é expandir para o público de renda alta também. Para se aproximar deste novo nicho de clientes, foi necessário novas táticas. Primeiramente, repaginaram a sua logomarca, investiram em campanha publicitária e possuem a intenção de reestruturar as lojas. A ideia é dar um “upgrade” na marca.

A empresa está trabalhando duro para rejuvenescer sua marca e se encaixar a um futuro incerto nas redes sociais. Recentemente foi anunciado a nova identidade do mascote CB, antes conhecido como Bahianinho. A pouco tempo atrás, o personagem já havia sido reformulado, não usava mais bota, o visual 2D e o chapéu de couro, assumindo o visual em 3 dimensões e um boné. Desta vez a mudança foi além, o personagem ganhou uma cara nova, com características mais jovens, com voz e mudança de nome para CB.

O objetivo é representar a geração dos dias de hoje, ser um personagem mais inclusivo, com a cara dos brasileiros. O CB será mega conectado e ativista em causas ambientais, sociais e de sustentabilidade. Mesmo que divertido, o personagem cria mais obrigações, pois agora é o porta voz da marca, presta assistência aos clientes, dando dicas sobre produtos e serviços e ajuda os mais velhos com a linguagem digital.

Como parte do lançamento, o personagem ira viajar os 4 cantos do Brasil, e nesta aventura contada em posts, ele irá perceber as mudanças das Casas Bahia e de que forma está fazendo parte da vida dos brasileiros. O personagem chega a conclusão que quer crescer não apenas na rede social, ele percebe que quer influenciar as pessoas abordando temas importantes e sempre colocando a frente de tudo a sustentabilidade.

Com o novo personagem e a nova repaginação da marca, a intenção é se aproximar do público mais jovem, focar no comércio digital e trazer a classe mais alta, porém é necessário muita cautela para não afastar os clientes de classe mais baixa, que de fato, já são clientes da empresa.


Como a Magazine Luiza chegou no mercado?

 

A Magazine Luiza foi fundada em Franca, em 1957, na época o atendimento aos clientes eram feitos pelos próprios donos. Durante as décadas seguintes a empresa foi ganhando expansão no interior de São Paulo, inicialmente o intuito era criar uma rede de lojas, a fim de empregar os familiares. O modelo deu tão certo que, em 20 anos, a loja já possuía cerca de 30 filiais. Foi em 1991 que a empresa deslanchou de vez, uma das primeiras medidas adotadas foi a criação da holding LTD, a fim de alojar todos os acionistas que eram pertencentes à família e acelerar a expansão da marca. Em 1999 foi implantada a primeira loja virtual que posicionou a Magazine Luiza como um dos principais representantes do e-commerce no Brasil.

 

Como a Magazine Luiza ultrapassou as Casas Bahia?

A Via Varejo, é uma empresa de comércio varejista, responsável pelas redes de lojas das bandeiras Casas Bahia e Pontofrio e das suas respectivas lojas virtuais, ela é uma das maiores concorrentes da Magazine Luiza. Mas a pergunta que não quer calar é: Como a Magazine Luiza cresceu tanto e superou as Casas Bahia?

Nos últimos quatro anos a Magazine Luiza acumulou milhões de reais em lucro, os bons números são reflexos de várias ações que foram tomadas nos últimos anos, são elas:

·         Forte cultura e valorização de pessoas: Grande parte dos funcionários que trabalham na empresa elogiam cada detalhe, todos pontuam sobre o respeito com os colaboradores e a transparência. No site da companhia, além dos tradicionais: missão, visão e valores, também é possível encontrar o “Jeito Luiza de Ser”, onde é possível ver os pilares da empresa.

·         Pilares da empresa: pessoas em primeiro lugar, liberdade acompanhada, autodesenvolvimento, sucessão bem planejada, inovação genuína, omnichannel, costumer centric, fusões e aquisições, transformações digitais e novos mercados, uma marca que se arrisca, e propósito de marca.


A empresa tem um grande diferencial no mercado, ela é uma marca que se arrisca, para sempre estar em contato com o público, a empresa realizou diversas campanhas na internet, “Campanha do dia dos namorados” , a Lu, mascote da marca, entrou no Tinder e gerou um buzz no mercado, em 2018 no dia internacional da mulher a Magazine lançou “em briga de marido e mulher, eu meto a colher sim”, no ano seguinte nessa mesma data foi lançado a campanha “violência contra a mulher”, com uma placa em mãos que diz “Ei, moça! Finja que vai fazer compra no app Magalu. Lá tem um botão para denunciar a violência contra a mulher”, ainda em 2020 a empresa lançou um movimento por inclusão e diversidade, será um programa de trainees que terá somente candidatos negros.



E sabe qual o mais interessante dessas campanhas e de todas as outras que foram lançadas? Todas elas contaram com a presença da Lu, a mascote da empresa, o que nada mais é do que um Branding Persona alinhado ao atendimento ao cliente, o branding é a essência da sua marca, logo ele precisa gerar uma atenção de seus clientes, e foi assim que a Magazine Luiza ficou tão conhecida no mercado.



Atualmente nos encontramos em uma pandemia (Covid-19), diante das incertezas na economia, a empresa já definiu sua estratégia para continuar crescendo, irão manter o investimento no e-commerce no omnichannel, e claro na sua maior aposta que é o “branding persona”, ou seja na Lu, para continuar interagindo com os seus clientes e mantendo a imagem da empresa.  O grande desempenho da empresa se deve aos anos de investimento na área digital. Outro chute certeiro da empresa foi a aposta em seu Marketplace.

As Casas Bahia não conseguiu acompanhar todas essas mudanças tecnológicas, até porque houve trocas de gestão e transição conturbadora, foi uma época de mudanças da cultura das Casas Bahia. Agora, no ano de 2020 a empresa está caminhando para a evolução. Com todas essas apostas tecnológicas da Magazine Luiza, as Casas Bahia está correndo atrás do prejuízo, para tentar se igualar no mercado, afinal o consumidor está cada vez mais exigente.

Após entender a importância do branding para as duas maiores varejistas do país, uma delas trabalhando a marca há anos, e a outra reformulando sua estratégia durante a crise, é essencial que se entenda também como trabalhar o branding de sua empresa em tempos de crise.

A importância do branding em tempos de crise.

O mundo e a nossa sociedade estão em constante evolução, de tempos em tempos acontece uma mudança gradual no comportamento dos consumidores e na maneira como eles passam a enxergar a vida.  É preciso estar atento a essas mudanças no cotidiano empresarial para que sua marca não fique para trás.

2020 foi um ano surpreendente para todos nós, em meados de março o Brasil foi assolado pela Pandemia da COVID-19. A OMS (organização mundial da saúde) nos alertava para a contaminação em massa do novo vírus da SARS, mal sabíamos naquele primeiro momento a gravidade da crise econômica que estava se instalando, e que de imediato impactou micro, pequenas, médias e grandes empresas.

Não demorou muito para ser declarado estado de calamidade pública em nosso País. A quarentena foi instalada e o isolamento social tornou-se obrigatório. Sabe aquela mudança de comportamento que estávamos falando no início?  Pois é, esse foi o momento em que os consumidores passaram a pensar de maneira totalmente diferente, não foi uma mudança gradual e muito menos esperada. Os tempos mudaram e a sociedade evoluiu novamente para uma nova visão.

Você deve estar se perguntando nesse momento, e o que o branding tem a ver com isso?!

Como já dito anteriormente o branding é responsável pelo alinhamento do posicionamento, propósito e valores da marca. O branding desperta sensações e cria conexões conscientes e inconscientes nos consumidores, que estão presentes desde a criação do logotipo, escolha da fonte, discurso, valores da empresa e jingles. Sendo esses, fatores responsáveis pela construção da personalidade da sua marca.

Com essa nova visão implantada as marcas enxergaram a necessidade de inovar e reinventar-se. Hoje em dia a sociedade acompanha assiduamente quais são os valores, atitudes e crenças que as marcas representam, não se deixando enganar por missões vazias, e a pandemia acentuou ainda mais essas novas exigências dos consumidores. Em outras palavras, já não basta mais um slogan bonito e atraente, as pessoas estão interessadas em saber quais são as causas que as marcas estão engajadas.

Independente do setor as marcas entenderam a necessidade de contribuir para o bem comum e se posicionar. Com certeza você já deve ter visto algumas empresas realizando doações de álcool gel, máscaras cirúrgicas e alimentos. Deve ter visto também lá no início da pandemia muitas empresas como o Mercado Livre, por exemplo, mudando sua emblemática marca com a figura de um aperto de mãos para dois cotovelos se encostando, acompanhado da frase “Juntos. De mãos dadas, ou não”.

 


Inúmeras foram as ações de branding que as empresas movimentaram durante esse período pandêmico, a fim de “conversar” com os seus consumidores, gerar empatia, solidificar o relacionamento e fortalecer a reputação da sua empresa.

Podemos afirmar que o comportamento do consumidor passou por uma transformação rápida e inesperada, e que tornou-se essencial para o branding participar dessa transição e não ficar alheio. Algumas empresas inclusive adotaram o rebranding ou reposicionamento da marca, termo que tem se tornado cada vez mais popular devido às mudanças recentes no cenário mundial.

O rebranding é uma estratégia adotada para reposicionar a marca, que tem como objetivo amenizar o desgaste da marca, aumentar e ou modificar o seu publico-alvo ou recuperar a imagem da empresa quando uma situação ruim afeta diretamente a percepção da marca. O rebranding traz um frescor de identidade ao seu negócio, moderniza sua posição no mercado e auxilia na comunicação de forma mais assertiva conquistando novos clientes.

Seja o rebranding ou qualquer outra estratégia adotada pela sua empresa durante essa crise, entendemos que é preciso “inovar” e “reinventar” a sua marca, sempre!

 

 

Fontes:

https://blog.agenciamantra.com.br/qual-importancia-do-branding-para-todo-tipo-de-empresa/

https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/por-que-a-magazine-luiza-valorizou-mais-de-1000-desde-seu-ipo/

https://www.moneytimes.com.br/mercado-ve-magazine-luiza-como-uma-historia-de-crescimento-sem-fim/

https://dcomercio.com.br/categoria/negocios/entenda-como-o-magazine-luiza-consegue-crescer-em-meio-a-pandemia

https://orealvalor.com.br/blog/acao-da-magazine-luiza-por-que-gostam-tanto/

https://exame.com/mercados/um-conto-de-dois-varejistas-como-o-magalu-passou-a-valer-6-via-varejos-2/#:~:text=Em%202018%2C%20o%20indicador%20cresceu,rival%20saltou%2018%2C6%25.&text=Outro%20chute%20certeiro%20do%20Magazine,suas%20vendas%20brutas%20nesta%20modalidade.

https://www.infomoney.com.br/carreira/programa-de-trainees-do-magazine-luiza-tera-apenas-candidatos-negros/

https://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2020/04/03/como-as-marcas-podem-sobreviver-a-covid-19-e-ao-tempo.html

https://forbes.com.br/negocios/2020/03/como-adaptar-as-estrategias-da-sua-marca-durante-a-pandemia-de-coronavirus/

https://www.racecomunicacao.com.br/blog/rebranding/

https://www.nsctotal.com.br/noticias/como-reinventar-uma-marca-maka-branding-propoe-mudanca-da-visao-do-negocio

https://resultadosdigitais.com.br/blog/o-que-branding/

Viver e Deixar Viver: Biografia Samuel Klein - 5° Edição

https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/por-que-a-magazine-luiza-valorizou-mais-de-1000-desde-seu-ipo/

 

https://www.moneytimes.com.br/mercado-ve-magazine-luiza-como-uma-historia-de-crescimento-sem-fim/

https://dcomercio.com.br/categoria/negocios/entenda-como-o-magazine-luiza-consegue-crescer-em-meio-a-pandemia

 

https://orealvalor.com.br/blog/acao-da-magazine-luiza-por-que-gostam-tanto/


Autores: 

Eduardo Goulart Sanches                   
Gabrielle Aimi de Oliveira                   
Jéssica Aparecida Alves                       
Lucas Ferreira Santos                     
Matheus Antônio Paralupi           
Victor Augusto Serrano               
Vinicius Caetano Bertolani                  
 




 




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