Olá Wolves, e aí como estão?
Vocês que já estão se
envolvendo com esse “mundinho maluco'' do mercado, já pararam para pensar sobre
o esporte feminino e a forma que o marketing esportivo atua dentro dele?
Em boas linguagens! O
Marketing Esportivo realiza ações para divulgação do mundo esportivo,
implementando-as envolvendo clubes, atletas e eventos, satisfazendo o desejo do
público em relação ao time e esporte que tanto gostam. Seu objetivo é aumentar
seu público e reforçar sua imagem, sabia disso?
De acordo com um dos
grandes e renomados Marketeiros e autor de vários livros relacionados a esse
mundo mercadológico, Philip Kotler diz em uma de suas frases que “Profissionais de marketing não criam
necessidades: as necessidades existem antes dos profissionais de marketing. Os
profissionais de marketing, paralelamente a outras influências da sociedade,
influenciam os desejos."
Ou seja, podemos observar que no
esporte não é diferente do que vemos hoje, muitos falam por uma sociedade
inteira e outros menos se importam de envolver algo que é real em meio a
sociedade.
Entender de fato o mercado esportivo
e sua influência com o esporte feminino é de fato uma batalha, não é? E qual é
a sua origem?
Bora Lá? Humm...O marketing esportivo teve sua “explosão”
na década de 1920, quando um dos filhos do dono da fábrica Hillerich &
Bradsby, nos Estados Unidos, apresentou para seu pai um taco de beisebol feito
para atletas da época. Nesse tempo não era comum ver esse tipo de objeto, porém
a partir daí o proprietário teve uma ideia de fabricar tacos, não imaginando o
retorno que teria, mas se arriscou. Sendo assim, as vendas foram tantas que o
faturamento de sua receita cresceu e gerou oportunidades em meio ao esporte
daquela época.
Claro! É uma das histórias ao qual o Marketing esportivo
se mostrou mais presente ao mundo.
De um tempo pra cá, apesar de ainda termos um longo
caminho pela frente, o esporte feminino (principalmente o futebol) vem conseguindo
adquirir cada vez mais espaço e conquistas. Um exemplo disso é o futebol
feminino, que anteriormente era proibido até 1979 aqui no Brasil, e somente
após 40 anos do fim da proibição, em 2019, a CBF passou a exigir que os times
de série A tivessem um time feminino ou seriam punidos. E apesar de terem se
passados tantos anos desde a proibição, somente sete deles já tinham isso em
funcionamento ou estruturado. Com isso, o universo do esporte feminino passou a
atrair aos poucos cada vez mais a atenção das marcas, da mídia e dos
torcedores.
No Brasil, o marketing esportivo vem trazendo algumas
ótimas notícias em relação a mudanças necessárias para as nossas jogadoras. Um
exemplo disso, no futebol feminino na Copa do Mundo de 2019 que foi disputada
na França, a seleção ganhou da Nike um uniforme exclusivo que foi um sucesso de
vendas em seu site. Em 2020, as mulheres não eram mais obrigadas a utilizarem o
escudo da CBF com as estrelas conquistadas pelo time masculino. Dessa forma, as
estrelas serão adicionadas conforme as nossas guerreiras conquistem seus
títulos.
De acordo com um estudo realizado pela empresa YouGov, foi revelado que o interesse
pelo esporte feminino está tendo um ótimo crescimento ao redor do mundo. A
pesquisa foi realizada com 13 países e tem o objetivo de responder diversos
questionamentos que vão desde “quão popular é o esporte feminino?” até “o que
atrai e o que desencoraja seus seguidores”. Pesquisas assim são importantes
principalmente para nós, marketeiros, sabermos quais direções tomar.
As
informações que o estudo feito por eles nos trouxe, foram as seguintes:
●
Para 40% dos entrevistados o que impede o
engajamento é a falta de cobertura midiática, para 35% é a falta de informação
ou conhecimento em torno do esporte e das atletas, 27% dizem que acham difícil
encontrar jogos para assistir, seja na TV ou na internet e apenas 14% citaram
questões relacionadas à qualidade técnica do jogo, como velocidade ou
habilidade física.
●
Globalmente, o futebol é o esporte
feminino mais consumido pelos telespectadores, em seguida temos badminton,
basquete e tênis.
●
Globalmente, o esporte feminino é
percebido de maneira positiva pelo público. Em geral, os consumidores percebem
melhorias em uma série de áreas, desde a qualidade do esporte em si até a
cobertura midiática. Porém, o público ainda é quase duas vezes mais suscetível
de assistir um esporte masculino do que um feminino.
É nítido que o esporte feminino pode alcançar a igualdade
com o masculino desde que haja ações que auxiliem nisso. Mesmo que tenhamos
tido certas evoluções desde 2019, é preciso que ações sejam tomadas juntamente
com a mídia para que o esporte em si seja mais difundido e entre em igualdade.
Afinal, a mídia no Brasil tem grande influência sobre o que consumimos e tem alta
importância na construção e propagação da cultura dos esportes femininos na sociedade. É como disse Mônica Esperidião no World Football Summit 2020 (WFS-LIVE):
“A partir do momento em que a gente trabalha os diferenciais que o
futebol feminino tem e leva esses diferenciais para a mídia, a gente começa a
gerar o interesse dela e coloca em evidência o futebol feminino. As marcas
começam a se interessar e se forma um ciclo, que incentiva desde as meninas em
começo de carreira até os patrocinadores em campo”
Graças ao gigantesco impacto das transmissões, a emissora
oficial do Brasil não ia transmitir o fim da COPA já que o Brasil havia sido
eliminado, porém isso foi repensado e mudado graças ao interesse do público em
continuar vendo os jogos.
Outra citação realizada durante World Football Summit 2020 pelas participantes, foi que deveriam
olhar o "Fair Play" dentro do esporte feminino como um negócio ao
invés de olhar como um movimento de obrigatoriedade.
O esporte feminino como produto deve ser construído e
pensado diretamente nele, e não como uma adaptação do masculino. Quanto mais as
marcas perceberem as particularidades que ali existem, mais assertivo será o
marketing. Grandes campeonatos servem principalmente para que possam ser
vendidos como produtos e atrair mais patrocinadores, o que ocorre bastante com
o masculino. Ou seja, vender o esporte feminino como produto é compreender que
ele pode ser cada vez mais visto não só dentro do Brasil, mas sim, no mundo
todo.
Infelizmente existe uma boa parcela de jogadoras que
recebem patrocínios muito abaixo do que deveriam receber ou simplesmente não
possuem, como no caso de Marta, que foi premiada em seis edições da FIFA e
titulada a melhor jogadora do mundo. Marta optou por participar da Copa do
Mundo feminina em 2019, porém algo que ninguém até este momento sabia é que ela
não teve patrocínio e foi de corpo e alma jogar para o mundo.
Isso
porque o cenário esportivo a qual ela está envolvida não dá o devido valor para
as mulheres no esporte e também pelas propostas feitas não serem de um valor
que deveria ser a altura das grandes mulheres do esporte feminino.
O
incentivo financeiro que as atletas não têm e o impulsionamento de um bom
patrocínio passa longe para elas, um ato de vergonha não só para o Brasil, mas
sim, para o mundo todo.
Assim,
a jogadora em meio a esses jogos da copa exibiu para o mundo inteiro uma
chuteira ao qual fez parte do símbolo do movimento Go Equal, levantando a
bandeira da igualdade entre atletas homens e mulheres.
Um movimento simples, mas que põe o um valor imenso de
demonstração de força, luta, garra e esperança de que um dia o esporte mude o
seu olhar.
Graças ao machismo e a falta de aceitação de muitos em ter
a presença de mulheres no mundo esportivo, elas passam por diversas dificuldades
no dia-a-dia que vão muito além de ter que lidar com comentários maldosos. A
falta de visibilidade por parte do público e a falta de investimento neste meio
esportivo acarreta um grande buraco onde diversas jogadoras nem sequer têm
patrocínio e salários merecidos em seus ramos de atuação. Há quem diga que a
falta de patrocínio, investimento e boas jogadas de marketing ocasiona a falta
de visibilidade, enquanto outros dizem que por não atrair público elas não
possuem o patrocínio e investimento que o esporte masculino recebe. Mas, de que
forma o marketing esportivo poderia atuar dentro deste universo para que, de
alguma forma, realmente se torne algo igualitário e justo para as mulheres que
se esforçam todos os dias para estarem onde estão?
Sempre vemos na TV, a quase
todo momento, algo sobre o mundo esportivo e em sua maioria ou 100%, masculino.
Quantas vezes vimos comerciais falando de jogos femininos que iriam ocorrer?
Quantas vezes grandes emissoras transmitiram jogos com a mesma qualidade e intensidade
a qual transmitem os masculinos? Um canal focado em esportes fala igualmente de
ambos os universos ou mais de um e pouco de outro? São reflexões que devemos
fazer.
E aí fica o grande questionamento: Não existe investimento
por falta de visibilidade, ou não possuem visibilidade por falta de
investimento e ações de marketing que possam atrair ao público?
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