Neuromarketing: conhecendo o subconsciente do seu consumidor

 




Você já comprou aqueles doces que ficam perto do caixa de pagamento? Já viu preços terminados em nove e arredondou para menos? Então provavelmente em algum momento você realizou compras sendo estimulado por estratégias dos estudos de neuromarketing. Constantemente nosso cérebro é bombardeado de informações e sem nem ao menos perceber somos induzidos a comprar, seja por impulso, para satisfazer um sentimento ou até mesmo para trocar por um produto mais atual.  Mas afinal o que é neuromarketing? A palavra foi citada pela primeira vez em 2002 pelo professor Ale Smidts, é a junção das palavras neurologia e marketing e tem como objetivo geral compreender através da ciência como nosso cérebro funciona na decisão de compra.

As estratégias de neuromarketing nos cercam e para poder entende-las e aplica-las da melhor maneira é necessário compreender o funcionamento básico do cérebro humano, entender como cada parte reage a estímulos externos.

O cérebro é dividido em três partes funcionais diferentes e cada uma delas responsável por uma resposta de emoção, reação e ação. Uma dessa partes é o cérebro reptiliano, conhecido por ser a parte mais primitiva, também corresponde ao sistema nervoso do repteis, opera nos reflexos dos instintos, é responsável por nossas reações e ações, inclusive nas decisões de compras.

O sistema límbico é a segunda parte funcional, nela são processadas as emoções. Essa camada reconhece as emoções sentidas, sendo elas sensações positivas ou negativas, são transmitidas para o cérebro reptiliano para uma decisão futura.

A terceira camada, é chamada neocortéx, a única que distingue o cérebro humano do cérebro animal. Essa área aciona as atividades cognitivas, é onde os dados são realmente processados, capaz de fazer comparações e o que faz o consumidor repensar o ato de compra.



Ativando os neurônios-espelho

Os neurônios são células que compõem o sistema nervoso. O cérebro é composto por bilhões de células nervosas que formam as diversas estruturas cerebrais. Os neurônios-espelho são aqueles que ativamos quando vemos alguém bocejando e involuntariamente bocejamos também, ou quando você compra algo que algum amigo exibiu, por exemplo. O fato é que, cada vez mais, somos influenciados por pessoas a nossa volta e nem sempre ligadas diretamente a nós, um outro exemplo atual disso são os influenciadores digitais, que demonstram produtos sendo utilizados e não parados em uma vitrine, o que pode deixa-lo muito mais atrativo. Essas influencias ativam os neurônios-espelho que prestam atenção e guardam a imagem para o cérebro reptiliano tomar a decisão, por ser a camada de sobrevivência do cérebro tende a dar certo valor a experiencias assistidas afim de não correr riscos.

 

O poder da dopamina


Você já conheceu alguém que, em momentos de conflitos ou problemas, foi as compras? Isso acontece por causa da dopamina liberada no momento da compra. A dopamina é conhecida como hormônio do prazer. O nosso cérebro odeia perder, então todo o ato da compra, a expectativa, a escolha, a negociação e a decisão, dão ao nosso cérebro a sensação de ganho, claro que tudo isso se a compra for agradável para o cliente. É importante ser transparente, trabalhando de maneira clara o desejo do seu consumidor, você poderá ajudá-lo a decidir e em consequência satisfazer a sensação de prazer, com isso ele terá certeza que encontrou a solução que procurava, o que ocasionará na liberação de dopamina no cérebro.

A importância do marketing sensorial

O marketing sensorial é uma estratégia que visa estimular os sentidos, sendo eles: olfato, paladar, tato, visão e audição. Anteriormente já vimos exemplos de que os sentidos são considerados na hora de armazenar memórias para a tomada de decisão futura do cérebro reptiliano, o que nos mostra a importância de trabalhar os sentidos na hora de envolver o cliente e criar uma atmosfera perfeita de vendas.

É importante envolver o cliente na maior quantidade de sentidos possíveis e com o crescimento das compras on-line é necessário criar estratégias para que não fique só no sentido visual, como por exemplo, enviar amostras grátis. Segundo Martim Lindstrom, autor do livro A lógica do consumo, “uma fragrância pode nos fazer ver, um som pode nos dar água na boca e que uma imagem pode nos ajudar a imaginar sons, gostos e sensações táteis”.

 

Estimulando o cérebro

A neurociência trouxe informações valiosas para o marketing, um exemplo disso é a técnica que utiliza ressonância magnética para estudar como o cérebro do consumidor reage a estímulos. Com essa técnica descobrimos que o cérebro é curioso, gosta de desafios, porém não fica três segundos tentando desvendar informações, tem capacidade de memorizar apenas sete palavras, o que sugere que os slogans sejam curtos justamente para atender essa necessidade, por isso é importante que a mensagem seja clara e objetiva na hora de captar a atenção do cliente.

Sabendo que o cérebro reptiliano é onde as decisões são tomadas, o ideal seria criar estratégias voltadas à essa região. Já neocortéx é a camada mais complexa, responsável pelo maior gasto de energia da mente e que faz comparações, sendo assim é necessário maior clareza para não cansar o cliente. Definir cores, organização e evitar excesso de informação, são algumas características para estimular a área ideal do cérebro.

Quando a mensagem é compreendida pelo seu cliente e ativa os seus sentidos, a marca e/ou produto é retido no subconsciente dele, fazendo com que decida finalizar a compra e ao ficar satisfeito com esse processo o subconsciente se depara com uma onda de dopamina. Essa onda prazerosa não costuma durar muito tempo, porém o cérebro passa a pedir para que aconteça de novo, até que você repita o processo.

A neurociência nos ajuda a compreender melhor como o consumidor enxerga a sua marca e em conjunto com o marketing nos mostra que é possível chegar a um conhecimento tão profundo e descobrir os desejos mais intrínsecos do consumidor, muitas vezes desconhecido por eles mesmos.

 

Referências:

Livro: Gonçalves, Lilian S. Neuromarketing Aplicado à redação publicitária. Descubra com atingir o subconsciente de seu consumidor. São Paulo: Novatec Editora, 2013.

https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/felipe-morais/38812/decisoes-de-compras-sao-quimicas.html

https://rockcontent.com/br/blog/marketing-sensorial/

https://www.consumidormoderno.com.br/2019/09/10/cerebro-vendas-emocionais/

 

 

O ideal é que cada ação baseada no neuromarketing atinja o sistema reptiliano responsável na tomada de decisão do consumidor. Portanto confira algumas ações capazes de atingir o subconsciente do cliente.

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